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Vespa Asiática

Controlo e minimização de prejuízos da espécie invasora Vespa velutina nigrithorax (Vespa velutina) na produção apícola

A Vespa velutina (Vespa velutina nigrithorax) é uma espécie carnívora e predadora da abelha europeia (Apis Mellifera), encontrando-se, por enquanto, aparentemente circunscrita a concelhos do norte do País, com consequências que se manifestam no efetivo apícola, na produção de mel, na produção apícola de derivados e também com possíveis consequências na saúde pública, uma vez que sentindo-se ameaçadas reagem de modo bastante agressivo.

Confirmada a introdução involuntária da Vespa velutina em Portugal em 2011 e visto tratar-se de uma espécie invasora carnívora, a sua ação predadora sobre a abelha europeia, associada à da vespa crabro, veio desestabilizar o ecossistema que está na base da produção de mel e produtos apícolas, através da diminuição do efetivo apícola e consequente redução da produção e qualidade do produto final, com consequências previsivelmente mais gravosas a médio e longo prazo, já que a destruição do ecossistema é gradual caso não sejam tomadas medidas que intervencionem na proliferação da espécie invasora.

Através do recurso a ações de transumância de colmeias para áreas de montanha essencialmente ocupadas por espécies arbustivas, matos diversos, poder-se-á reduzir o acesso da Vespa velutina às colmeias e minimizar os prejuízos a nível da manutenção dos apiários e da produção apícola.

O objetivo central da presente iniciativa é a reposição do ecossistema anterior à introdução involuntária da Vespa Velutina, que coloca em causa a produção de mel e produtos apícolas, com recurso a novas técnicas a desenvolver em contexto de investigação científica e académica.

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A concepção de um método para a resolução do problema identificado passa por colocar a investigação perante o desafio de encontrar soluções para a contenção da espécie invasora Vespa velutina. Assim, está previsto seguir as seguintes fases:

  • Criação de um projeto em ambiente de Sistemas de Informação Geográfica com a localização dos apiários e com as características morfológicas e ecológicas do terreno (altitude, declive, proximidade às linhas de água, tipo/espécie de árvore onde foi localizado o ninho, tipo de uso e ocupação do solo). Através de reuniões com os apicultores e recorrendo ao Google Earth, serão marcados (georreferenciados) os apiários de todos os apicultores que se disponibilizarem a colaborar no processo. Como base em informação fornecida pelo Instituto Geográfico de Exército e pela Direção Geral do Território, será feita a caracterização da área de estudo;
  • Monitorização permanente da presença/ausência de Vespa velutina. Este processo será feito com base na georreferenciação de ninhos identificados e destruídos e com recurso à captura de exemplares vivos, nos quais será instalado um microchip com um dispositivo de emissão de sinais rádio e de coordenadas GPS. A utilização de dispositivos de GPS nas próprias vespas permitirá segui-las e proceder à localização dos ninhos. A movimentação das vespas será seguida por um Drone com camara de vídeo/fotografia e com um dispositivo de rastreamento do sinal emitido pelo microchip instalado nas mesmas. O voo das vespas, e a rota seguida, será feito com recurso a um Radar programado para reconhecer o sinal emitido pelo microship colocado nas vespas. Para o efeito serão testados diversos iscos e modelos de armadilhas, que por um lado nos permitirão avaliar a eficácia e por outro mitigar o problema, além de se testar também eventuais modelos diferentes de dispositivos microchip com GPS;
  • Quantificação do problema. Com base nos registos georreferenciados dos ninhos, quer primários quer secundários, será desenvolvido um modelo de dispersão espacial da Vespa velutina na área circundante aos apiários. Sobre o modelo de dispersão espacial, serão desenvolvidos modelos de análise multidimensional que permitam identificar quais as condições ambientais, como por exemplo: altitude, declive, proximidade às linhas de água, proximidade aos apiários, tipo/espécie de árvore onde foi localizado o ninho, entre outras. Estas variáveis permitirão identificar as condições preferenciais da Vespa e desenvolver um modelo de potencial dispersão;
  • Posteriormente, este modelo será utilizado na seleção de locais de baixa probabilidade de instalação da Vespa velutina e, por isso, adequados à instalação de apiários em regime de transumância. Estes locais serão disponibilizados aos apicultores para que estes identifiquem as áreas para onde poderão deslocar os seus apiários;

Em todas estas fases será feita a monitorização da presença da Vespa velutina quer no local original quer no local de transumância.

O projecto, com uma duração de 4 anos, é desenvolvido numa parceria entre a Dolmen (entidade líder), a Ader-Sousa, a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, a Associação de Apicultores da Serra do Marão e a Associação de Produtores Florestais de Montemuro e Paiva, envolvendo também 24 apicultores, 10 dos quais das Terras do Sousa.

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