Verificamos a existência da actividade agrícola por todo o território quer seja a tempo inteiro, quer seja a tempo parcial; de uma grande diversidade de produtos, nomeadamente hortícolas; de produtos certificados ou em vias de certificação e de reconhecida qualidade, nomeadamente, o capão, o melão e a broa de milho; dum sector vitivinícola forte, em que o Vinho Verde como um vinho único no mundo, fresco e de baixo teor alcoólico tem grandes potencialidades; o surgimento de novas produções, nomeadamente, pequenos frutos e cogumelos, assim como a adopção de novos modos de produção, nomeadamente o biológico; o estabelecimento de parcerias com experiência em novas formas de comercialização; um forte associativismo florestal, e uma a área florestal (80%) em processo de conclusão da sua delimitação em cinco Zonas de Intervenção Florestal – ZIF’s. No entanto, por outro lado, as explorações são de pequena dimensão e dispersas; a população agrícola envelhecida e com baixos índices de formação; existe repulsa por parte da população jovem relativamente às actividades ligadas à agricultura; não existe formação agrícola contínua junto dos agricultores; há falta de cultura no recurso aos técnicos/engenheiros agrícolas para apoio à exploração, nomeadamente em planeamento e gestão; o rendimento obtido da terra não permite recorrer a técnicos agrícolas; o sector cooperativo está em decadência; há um fraco investimento em I&D; há falta de capacidade comercial dos agricultores e fraca organização dos circuitos de comercialização, assim como falta de capacidade de acesso aos mercados internacionais; os recursos florestais muito concentrados em duas espécies: o pinheiro bravo e o eucalipto; havendo um reduzido interesse em diversificar as espécies florestais, até porque o rendimento produzido pela floresta é baixo.
Verificamos, conforme já foi referido, a existência de um diversificado e valioso património, organizado na Rota Românico do Vale do Sousa; de um estudo com a definição de uma série de percursos de peregrinação, nomeadamente os caminhos de S. Tiago; de elevados e diversificados valores paisagísticos, nomeadamente ligados à bacia hidrográfica do Sousa, alguns dos quais já definidos em percursos naturais; a existência de alguns centros hípicos; uma gastronomia diversificada e de qualidade e conhecida; a existência de rotas gastronómicas; a formação de uma escola de gastronomia; aldeias preservadas e organizadas numa rede nacional e internacional; casas senhoriais com possibilidade de adaptação a alojamento turístico, e património rural passível de requalificação e recuperação; a existência de inúmeros jardins com potencialidades de aproveitamento turístico; eventos culturais, com especial destaque para os Encontros de Música das Terras de Sousa com uma existência de 5 anos; numerosas festas e romarias tradicionais que mantêm viva a tradição; um artesanato muito bem representado em termos de autenticidade, qualidade e diversidade, do qual realçamos o Bordado das Terras do Sousa. Por outro lado, a qualidade das áreas envolventes ao património em termos paisagísticos e de arranjo urbanístico é fraca; faltam infra-estruturas hoteleiras e de restauração de qualidade; faltam actividades de animação nas aldeias; falta capacidade financeira e vocação empresarial dos agentes públicos e privados para investimentos no sector do turismo; a organização do sector, nomeadamente dos privados, é fraca; falta a certificação da qualidade das diversas infra-estruturas do sector; faltam prestadores de serviços de animação turística; falta cultura de mecenato nas grandes empresas da região para apoiar eventos culturais; há pouca inter-organização dos diversos eventos, perdendo-se sinergias; a sinalização no território é deficiente; a promoção desajustada às necessidades do turismo; há pouca capacidade empreendedora do sector do artesanato.
Esta área temática é caracterizada pela existência de um património natural e paisagístico rico e diversificado, nomeadamente o ligado à bacia hidrográfica do rio Sousa, existindo um estudo sobre o mesmo; existem nichos de grande biodiversidade de fauna e flora; áreas de Rede Natura 2000 na proximidade do rio Sousa; estão definidas as reservas nacionais e a estrutura ecológica dos Planos Directores Municipais; há sistemas supra municipais de recolha de resíduos urbanos sólidos, de distribuição e tratamento de água e de colecta e tratamento de esgotos. No entanto, existe uma fraca divulgação e reconhecimento dos valores naturais e patrimoniais existentes, mesmo junto da população local; o que se repercute numa fraca consciencialização para a valorização do ambiente e paisagem e, consequentemente, aliado à falta de recursos económicos, o esquecimento desta “área”; favorecido pela inexistência de centros de sensibilização ambiental com a consequente deficiente oferta de educação para a sustentabilidade. Não existe um controlo eficaz dos focos poluidores; e o abandono da actividade agrícola e florestal também tem repercussões ambientais, com a agravante da área florestal ser dominada pelo pinheiro bravo e o eucalipto.
Verificamos que existem redes sociais em todo o território, assim como uma plataforma supra concelhia de acção social e a Comissão de Protecção de Jovens em Risco em todos os concelhos; a política local é articulada em torno da questão social – apoio domiciliário em termos de saúde e apoio social; existindo uma grande sensibilização da administração local para esta área, estando apetrechadas tecnicamente para a mesma; a ruralidade do território ainda permite relações de proximidade e mecanismos de inter ajuda familiar e informal; há um elevado número de instituições de solidariedade social; a população é jovem; e existem escolas profissionais com formação dirigida ao tecido produtivo. Por outro lado, houve um abaixamento da taxa de natalidade com o consequente envelhecimento da população; sendo a rede de serviços de saúde e social escassa nas zonas rurais mais distantes, agravada com a reorganização do sistema de saúde local; assim como, a rede de equipamentos sociais de apoio à 3ª idade com modelos de funcionamento desajustados às necessidades actuais, sendo a oferta de serviços sociais itinerantes de apoio ao idoso e pessoas com deficiência insuficientes, à semelhança da oferta de creches nas zonas rurais; existe isolamento físico e social da população mais idosa; e a oferta de serviços de apoio aos tempos livres para crianças e jovens é insuficiente; em virtude do povoamento disperso, há custos acrescidos de serviços públicos locais; existem problemas sociais ligados à toxicodependência e à pobreza; assim como fenómenos de insucesso, abandono precoce escolar e reduzidas taxas de escolarização.
Como se verifica as áreas temáticas têm uma série de pontos fortes e fracos, sobre os quais é necessário actuar de forma a atingirmos os objectivos estratégicos a que nos propomos e que se reflectem na visão para a Estratégia Local de Desenvolvimento, no âmbito do SP3 do ProDeR, visando promover a diversificação da economia e a melhoria da qualidade de vida das populações locais.