Durante todo o dia do encontro, os participantes puderam debater a produção do espargo e esclarecer dúvidas sobre esta cultura, que começa a ganhar espaço e pode ser uma solução para os empresários agrícolas que pretendam instalar-se no setor primário, de um modo profissional.
O encontro, organizado pela Cooperativa Terras de Felgueiras – Caves Felgueiras CRL em parceria com a Villabosque e a Vale de Ceras e coorganizado pela Ader-Sousa – Associação para o Desenvolvimento Rural das Terras do Sousa, contou com a participação e intervenções de diversos especialistas nacionais e internacionais, divididos por 4 painéis: “A importância da comunicação”, “O espargo em agricultura convencional”, “Aspetos relacionados com a produção” e “O espargo em agricultura biológica”.
A importância da comunicação, tema transversal a todos os produtos e serviços, abriu o evento e abordou os vários aspetos que devem ser considerados no momento de comunicar com o público-alvo. As ferramentas de comunicação que atualmente se encontram disponíveis e que ajudam a comunicar, também mereceram referência, sobretudo porque devem ser utilizadas de forma ponderada, assertiva e concertada entre os produtores, para surtir o efeito desejado.
O espargo verde, seja produzido de modo convencional ou em modo biológico, tem o seu espaço. Em modo biológico com algumas condicionantes que são conhecidas, nomeadamente ao nível do solo, dos tratamentos para as pragas e doenças e nos planos de fertilização, mas com mercados e preços diferenciados ao consumidor.
Ficou claro que existe um mercado enorme de potenciais consumidores que desconhecem as qualidades nutricionais, medicinais e gastronómicas do espargo, cabendo ao produtor divulgar e dar a conhecer.
O mercado principal do espargo, neste momento, é o mercado espanhol, com preços competitivos, estando o mercado português a crescer em consumo, mas ainda com preços altos para a maioria dos consumidores. Contudo, quando começa a produção nacional, entre fevereiro e junho, os preços tendem a baixar, contribuindo para um aumento do consumo.
Existem dois tipos de produtores, os que se dedicam exclusivamente à cultura do espargo e os que se dedicam à produção paralela do espargo com outras culturas, em pequenas áreas, rentabilizando a exploração no seu todo. Ambos têm o seu espaço, mas terão de o fazer de forma profissional para obterem o máximo de rendimento possível.
No que concerne aos aspetos relacionados com a produção do espargo, ficou claro que a instalação de uma cultura de espargo verde é relativamente fácil, com densidades de plantação que rondam as 27 a 40 mil garras por hectare. A rega é um fator limitativo, mais nas regiões centro e sul, pois aqui a água é mais escassa e também as condições climáticas não favorecem. É indispensável uma boa fertilização para uma produtividade por hectare interessante para o produtor. A fertilização é diferente de solo para solo e em função da região do país. A escolha de uma garra boa, em condições sanitárias adequadas, com bom calibre e com um timing correto na colocação no solo, são pressupostos para que a cultura tenha um bom arranque, boa produtividade e longevidade.
Além do espargo verde, também o espargo roxo é produzido em Portugal, ainda em pequena escala, mas já com uma procura interessante quer a nível nacional quer para mercados europeus.
As comunicações proferidas pelos oradores podem ser consultadas no website da Cooperativa Terras de Felgueiras. Siga este link: www.coopfelgueiras.pt/documentos
Foi um dia de esclarecimento e debate que contribuiu para combater a falta de formação e informação em relação ao espargo. Fica um agradecimento a todos quantos contribuíram para o sucesso deste I Encontro Nacional dos Produtores de Espargo.